Postado a Limpo

num registo mais calmo

quinta-feira, abril 23, 2009

O Guia Webchelin



Como alguns teem visto por aqui e por ali, de vez enquando, há fotos a prová-lo, encontro-me com amigos que já foram virtuais e que agora já são de abraço ao peito...

É isso, volta, meia volta dá-nos a saudade!

Ora está próximo mais um desses repastos, , em restaurante escolhido com carinho e respeito por aqueles que fumam, e são quase todos. Sim que isto de conversa amena puxa o cigarro...

Eis que para indicar o ponto de encontro o WEB se prontificou a indicar o caminho de Lisboa a Carcavelos, ora vejam que está uma delícia; recebi por mail e não resisto a partilhar convosco:



Isto é tão fácil como assim: também não sei onde é!

... Mas que é em Carcavelos, é!

Então lá vamos, on the road again...:

Imagine-se que se está no Ponto X em Lisboa e quer-se ir ao Ponto G, digo Ccv

bué de fácil!

Tal como haverá bué de caminhos mas eu conheço dois: ou pela A-sei-lá-qual que vai para la maison na Qtª da Marinha e aí é seguir em comboio e pagar a taxa onde diz Carcavelos e a partir daí pôr os óculos pois a coisa pia mais fino (na minha ideia é sempre pelo lado esquerdo da via, cagar d'alto nas bifurcações e sempre por aí abaixo, estrada larga e algumas rotundas mas nelas é como se não existissem e sempre a direito (semi contornando-as, convém) até chegar àquela onde tá uma placa que diz "Estação", virar pra lá e parar para fumar um cigarro que é o que vou fazer pois tenho de voltar atrás pra ver se não me perdi até aqui.

Parece que não (acho, sei lá como diz a outra). Então lá temos à nossa frente mais uma rotundazinha e nada de admiranços pois se procuramos o mítico G tem é de se andar às voltas onde elas são mais redondinhas e mai nada

Continuando à procura do Eldorado é mais que lógico que ele só poderá estar... num túnel!

É entrar rapaziada, é entrar! (à direita, no redondel)

Por muito que as vossas cabecinhas pensadoras já ovulem ideias sei lá quê, no fundo do túnel nem há luz-de-luzir, relâmpagos, o diabo a sete: acreditem-me, que, na cata do tal, de túneis percebo eu

Recolhida a língua e alto lá com o salivar, damos no fim do dito - e curto - com as ruínas dum mercado, ou praça, ou bazar, ou apenas o que é que não é mais que um abarracamento que àquela presumida hora em que emergis do Túnel dá um aspecto de campo de refugiados do Darfur abandonado, barracas ao deus-dará, e portanto toca a virar à esquerda, mas...

... No primeiro entroncamento virar de novo à esquerda até esbarrar com as beiças na linha do comboio. Nada de desânimos: à direita desta vez.

trólóló vai-se por aí afora e ainda mal se viram os câmboios passar e tamos no fim dela, que não é fim mas se seguirmos em frente o xôr polícia chateia-se, ai isso chateia-se sim! o gajo não quer e tem lá uma placa a dizer "ná ná... bira, pá!"

Bira-se à direita.

é na esquina onde está uma pastelaria que tem umas tostas mistas porreiras portanto não há que enganar. Já agora se pararem manjem também um gelado à taça, que não são nada maus. eu cá gosto duma bola de manga com uma de morango, ou do clássico baunilha-chocolate mas há pra lá de tudo como na farmácia (é perto, mais acima, se precisarem. logo a seguir a uma pastelaria que tem uns folhados de carne óptimos e pouco antes do largo onde está o café onde vendi Mandrax’s à fartazana nos finais de 70's, ainda não ouvira falar do ponto G, ainda era mais totó que sou hoje mas afinfava uns speeds e umas bejecas que nem vos conto. enfim, a vida foi o que foi por isso este correr constante para recuperar o tanto que me passou ao lado, despistado que andava que nem via túneis nem nada disso: a curte era outra, ó pois

Saciadas as outras fomes, ainda nem ganhamos pé ou embalagem e já temos que virar outra vez! Que chatice, mas é o que é e pronto. À esquerda, outra vez, que até é ano bué de eleitoral.

Tamos na rua das delícias. Querem saber? Eu conto eheh

Do lado esquerdo temos as entradas traseira de dois vetustos Centros Comerciais, daqueles que dá gosto entrar pois em duas voltinhas tá visto e abanca-se num instante numa mesa a ver as garinas passar. E as balzaquianas também, esse delicioso nicho de mercado tão menosprezado em prol de rabinhos jeitosos apertados em jeans que os fazem mais jeitosos que na verdade são (sei!) m, enquanto que a chicha da boa anda praí ao deus-dará, coitada... (faço o que posso mas, caramba! "isto já não é o que nunca foi", farto-me de dizê-lo e não há quem me acredite!)

se entrarmos no primeiro (CC) tem uma rua de sentido único onde os únicos pontos de interesse são um cabeleireiro numa loja do lado esquerdo, onde se podem ciclistar as pitas, pitinhas e pitonas de cabelos no ar e olhares esperançados alternados entre o espelho e a cara do gajo que espreita à porta - pegue quem goste! - e, em frente, ao lado duma casa de frangos take-away, duas mesas cá fora onde num mínimo de seis horas diárias se senta o Almeida, mecânico chuabo nos subterrâneos do prédio e que lá faz escritório onde avia conscienciosamente Super Bocks como quem limpa o cu a meninos. é chamado o "copinho de leite" mas nunca percebi porquê pois, ao que dele sei e vejo, se beber meio ficará certamente intoxicado.

Tem uma história pessoal triste na sua vertente académica, que já agora que abancamos e tamos nas bejecas aproveito para contar. Embora pançudo mecânico a sua ambição e acreditava seu destino era ser elegante engenheiro. Não concluiu os estudos por vicissitudes da vida e ficou-se pela 4ª classe, como se lamenta. Os tempos d’outrora não são como os d'hoje e, consta, nos mentideros das suas relações, além da vocação sonhada também não se lhe viam ou adivinhavam grandes empenhos socráticos pois já então gostava mais de Manicas e de jardas que de aritmética ou gramática.
Mais uma triste história de insucesso escolar nacional, ora na versão colonial que não divergirá profundamente da continental pois já cá existia a Sagres e como sabemos o haxixe vem de Marrocos.

O outro ao lado (CC dos tais, ainda) tem mais que se lhe diga. Muito mais! Pra já tem três andares que no seu conjunto terão tantas lojas como uma das ruas (pequenas) do Colombo.

Começa-se pela cave e já perceberão porquê. Vocês tão a ver-me? Tão mesmo? Ora bem, foquem lá os mirones no trombil deste que vos loa e encanta embora sem resultados práticos, quer pra vocês a que assim vos auguro futuros plenos de solidão infeliz, quer a mim que - sabeis! - Sem o vosso colinho pareço tão triste como o Evo Morales parecerá quando terminar a greve de fome, suportada por rebuçados e chás de erva de coca (assim também eu, porra!) ora bem... lá na cave, quase em frente ao talho que vende além de entremeada presuntos de Chaves e queijos serranos tá a loja onde meti este brilho que luze e vos fascina, hipnotiza, maravilha, e por tudo isso me envaidece. Foi lá, e há testemunhas desse momento sagrado. mas...

... Lá ao fundo divisam-se cartazes da 7ª arte em caverna onde governa o Fausto, monhé do bairro do Jardim e já lá dedicado a essas coisas de Charlots e Cicciolinas que depois importou para Ccv, onde as pitinhas deliraram tanto com a moda que não só praticamente lá têm cadeira avençada como uma, a mais descarada diga-se que eu sei, até se afinfou com banquinho e farda atrás do guichet para assim estar mais próxima do seu idolatrado Fausto, velho devasso que até instalou uma webcam para poder olhá-la no remanso do lar. Não me acreditam? Perguntem! - A qualquer dos dois. Já agora acrescento que a coisa deu pró torto, por isso suba-se ao andar de cima onde tem uma loja que vende umas meias perfeitas para este meu constante palmilhar para aquelas bandas. Fiquei cliente, e não pensem as garinas que é só por causa delas pois as meias ajudaram muito, ó se...

Mas volto atrás já que já mudei de meias e volto a descer á cave: lá no fundo, algures na viela menos concorrida, tá uma arca de tesouros em vinil: uma loja cheiinha de lp's que vão de Fausto Papetti's a Deep Purple, e a merda é que o gajo percebe da poda e por estes pede o triplo de por aqueles. Enfim, business is business e até na feira da ladra há preços pra tudo e não se pede o mesmo por umas botas da tropa que por uns sapatinhos de bailarina.

Assim nem o pai morre nem a gente janta. Por isso nem subo ao andar de cima e volto a sair pela mesma porta onde entrei: a das traseiras, minha tara eheheh

e em frente, logo em frente, tá uma construção abarracada e modernaça, um canhangulo que dizem cheio de conforto mas com estética de meter medo a um susto. Cagar nisso e pôr os óculos escuros se necessário e, sem medo, subir as escadinhas para a praça 'privativa' onde não existe só o MB da CDG (reabastecer, se necessário) pois, lá ao fundo, quase ao lado do videoclube onde uma-pessoa-que-eu-cá-sei aluga os xxx dos seus encantos, e tamos à porta duma simpática "casa de chá" onde além dos ditos há o habitual e até jornal da casa e cadeirinhas em verga, além duns deliciosos bolos à talhada e duns scones a acompanhar com manteiga ou jam que nos fazem recuar nas memórias até um ponto que o paladar cede por inteiro e entregamo-nos ao mastigar de passados, coisa boa - e os scones até nem são maus. Abanca-se.

Findas as mastigações múltiplas tá hora das realidades actuais: se o carro estiver bem estacionado já não mexe. e por bem estacionado refiro o "taxa paga" pois é zona ‘in’ em Carcavelos City, andam lá umas gajas fardadas armadas em cuscas dos papelinhos, prontas a preencher um maior se o que vêm não lhes agradar. Os caminhos para o ponto G são por vezes tão dolorosos como serão os para Santiago, que nem me atrevo a tanto sem primeiro conhecer de fio a pavio as santinhas da minha terra - e é por isso que vamos alambazar-nos com um jantar, né? portanto...

Volta-se a atravessar a rua e na ponta do tal CC triplex encontramos umas escadinhas, na esquina uma pastelaria que não tem nada de jeito e ao lado uma sapataria, aproveita-se e espreita-se pela janela para o bar do cinema do tio Fausto pois já lá teve uma romena de truz a trabalhar e pode ser que entretanto voltasse, e nada de pânico por no fundo das escadas tar uma data de taxistas a coçar as calças no tal sítio e a ver os comboios passar: se virarem à direita têm uma esplanada e - eis o milagre por que ansiais! Numa mesinha estarei eu, o je, a razão de vocês sorrirem mesmo que os dias se enevoem, a das noites em claro entretidas na deliciosa luxúria de pensamentos, eu em carne e osso, eu pronto a rojar-me a vossos pés para vos ouvir ronronar de prazer & prazeres, que bem sei que além do visível estampado na cara lá por dentro tá tudo em revolução mal me vêm: o friozinho no estômago e o fogo algures por perto, o gordinho aos pulos, a pele arrepiada e as mãos trementes, o cérebro que nem com um flash duma destilação de 30 Preludins!

et voilá, daí partimos rumo ao desconhecidos, Kiribatis, Quirimbas, mais por certo a Adega do Augusto seja isso o que fôr e onde fôr.

A viagem foi uma seca, que nem queca foi. Por isso vamos à alternativa B:

Corro mais estradas em Portugal que desejava. As razões não são práqui chamadas até que para me gozarem já chega o que sabem, que é claramente a mais, e nem pensar no que nem suspeitam. Com isto quero dizer que embora as estradinhas de campo me avivem pensamentos que não conto mas envolvem recantos e arrulhares, que saiba onde há ninhos de cegonhas e até cavalos e meloais, considero a marginal para Cascais a estrada mais bonita de Portugal. É a alternativa que sugiro e até recomendo.

Mil e uma histórias vos podia contar acerca dela e de mim mas vou cingir-me ao essencial, até que daqui a pouco tenho de sair cá da toca pois tenho de ir com Carlita comprar óleos e telas, que começa este período a sua iniciação na arte de bem borrar toda a tela. O essencial para não se perderem a olhar o mar:

Não se fixem os vossos cérebros devassos na contemplação do Poseidon a mijar pró ar, algures prós lados de Paço de Arcos. é terra gira e até tenho de lá duas ou três para contar, mas não agora, e o Robert Wilson até desencantou um cadáver na sua praia que correu mundo e fez-se bestseller mas isso são outras linhas. Não liguem a pormenores a abalem por aí fora, lindo traçado curvilíneo e até Porsches a circular, mar dum lado e doutras qualidades de vida que vão além da de poderem acordar e deitar a olhar o mar, coisa de si já de truz. Passem Oeiras e não parem no McDonald's que o Augusto promete melhor, e há sempre os scones e as tostas mistas em Ccv como alternativa. Não se despistem a olhar os rapazes na praia: eu sou mais bonito e não tarda tão comigo ao alcance dos vossos dedos curiosos, olhares amanteigados e mais o que vos apetecer pois, confesso, quando dou comigo a cavalo na Telma e embico prós vossos braços digo sempre cá pra mim: "é prá desgraça!"

Quando virem uma das tais plaquitas a dizer "Carcavelos - à direita" estão já à vista duma mega rotunda, antes subterrânea galeria de arte pictórica em grafitis que o cabrão dum presidente de junta qualquer mandou apagar/lavar, mal sabendo ele o que é peixe-agulha! O que vale é que tenho reportagem fotográfica onde, embora brilhe eu mais o meu brinco, como décor estão os tais, e lindos que eram, e são eternamente quando olho o meu passado mesmo além do fotograficamente documentado. É virar. À direita, já disse.

Mais uma, mais duas rotundas. é sina, é aguentar. o que vale é que n segunda tamos na mesma de se viéssemos "de cima", havendo a vantagem dum lancil central que evita choques frontais entre mulherios voadoras que correm para os braços que sabem aguardá-las carinhosamente. Aí, rotunda nº 2 se excluir a da marginal - nº 3 se alguém picuinhas insistir que «é rotunda, não é? então conta!», procurar-se com afinco, perseverança. Fé até, a placa da Estação e mergulhar no Túnel G à procura das delícias filosófico-existenciais, os nirvanas de existirmos. Eu ajudo, sabem-no

E pronto. Em caso de dúvidas não perguntem a ninguém nem liguem pró 112: façam-no para o 93---------, um mordomo ao vosso serviço

Ora bem, smack e tá feito.

c

Ora para quem teve a pachorra de ler até aqui só vos digo que todas estas indicaçõe eram desnecessárias, bastava dizer:

ENCONTRAMO-NOS NA ESPLANADA EM FRENTE À ESTAÇÃO... e prontus!

1 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial