quarta-feira, maio 21, 2008
segunda-feira, maio 12, 2008
No tempo em que não havia telemóveis
Perguntavam-me há dias como é que vivia antes de haver telemóveis, eu que tenho oito...
No tempo do post atrás o lema era "NÃO TELEFONE, VÁ"...
até porque em minha casa não havia sequer telefone, ia-se telefonar à padaria, à mercearia e mais tarde à cabine...
Como minha mãe tinha um pequeno establecimento incumbia uma das empregadas para ir aqui ou ali dar um recado.
Quando em 1958 a minha filha deu os primeiros passos fui à cabine telefónica do Pinheiro Manso, na Boavista, para comunicar tão ditoso facto ao meu marido.
As pessoas escreviam mais umas às outras cartas ou um simples postal, dando e pedindo notícias.
Não me lembro como minha mãe marcava as visitas que fazíamos, ou se simplesmente aparecíamos em casa de pessoas amigas, como era frequente ao domingo.
Já minha avó tinha dia certo para ir a casa da Sra. X jogar o loto.
A Sra. X era a esposa do Sr. Angelo que tinha estado noivo da minha tia Teodora, que tinha morrido no mesmo mês em que ia casar e era filha da minha avó Laura Laurentina.
sexta-feira, maio 09, 2008
Da Sebenta
Foi postado na Sebenta , em 16-11-2004, aqui com algumas alterações e acrescentos:

Um dia em 1940
A avó levantou-se cedo, como era o habitual, à hora em que o padeiro metia o pão no saco, à porta.
Dali a nada era a leiteira e precisava de estar vestida para a atender. Atiçou o lume, que de Inverno ficava sempre aceso, para aquecer um pouco a casa, que era grande e não tinha lareira; mais tarde mandaria buscar o borralho para acender o braseiro.
Precisava de ir à mercearia, comprar ¼ (125 gr.) de manteiga que a que fazia em casa com as natas de ferver o leite já estava rançosa, embora numa tigela dentro de água, como de costume. Compraria também uma penca para o cozido de Domingo, decerto a hortaliceira estava doente pois há dois dias não aparecia. Do talho apenas precisava da carne para cozer e uns bifes que deviam ser entalidos em azeite, para não se estragarem. Da “fressureira” apenas os enchidos, e talvez umas tripas enfarinhadas. Iria fazer uma estravagancia, comprar uns morangos temporões.
A água da caldeira do fogão estava bem quente para se lavar e fazer o café. Vestiu-se, penteou-se e pôs um pouco de pó de arroz. Precisava de comprar umas meias de lã, que as do ano anterior já estavam muito passajadas, uma combinação e uns lenços de assoar.
Depois das compras iria acender o ferro para passar a blusa e uma pecinhas que deixara de véspera por passar com o ferro de mão.
À tarde iria fazer uma visita à Sra. D., saber novidades e jogar o loto; levaria a neta com ela, como já era hábito. Chá e torradas seriam servidos à merenda e leite com bolachas para os meninos, no jardim. Depois do jantar, uma sopa apenas, tinha que ir ao Teatro dar uma injecção à fadista por causa da voz.
A colcha de croché que andava a fazer para a neta teria que esperar pelo dia seguinte.
Rezou o terço e deitou-se cedo, depois de por o bacalhau de molho para dali a dois dias. Tinha tido um dia muito agitado e adormecera rápido na cama de folhelho bem aquecida com a botija de água quente. ( os anos passam, mas os “cheiros” ficam…)
quarta-feira, maio 07, 2008
Em flôr
de novo em flôr! o "meu" Jacarandá.
(foto tirada há minutos)
E do google, mais própriamente do Naturlink , um pequeno texto:
Agora floriram em Lisboa e são tema de notícia.
“O jacarandá florido
Brando cantar trazia
Branda a viola da noite
Branda a flauta do dia.”
("As flores do Jacarandá", in As Fadas Verdes, ed. Civilização, 1994)
Matilde Rosa de Araújo canta assim esta deliciosa árvore vestida de azul. E como ela outros poetas o fizeram, principalmente brasileiros e sul-americanos.
Não só devido ao facto desta árvores ser originária da América do Sul, mas também porque a palavra jacarandá - que tem origem no termo dos índios tupi - “y-acá -ratá”- segundo José Pedro Machado (cf. também o Dicionário de Morais) - entra na designação de mais de uma vintena de espécies de árvores que nem sequer são da famíla dos Jacarandás de que nos ocupamos.
domingo, maio 04, 2008
Mãe e etc.

Era neste dia que minha mãe mais gostava de atenção.
Manhã cedo eu lhe dava um beijo, para que ela soubesse
o quanto eu a amava, e ela agradecia:
obrigada Dorinha!
Como o faço de vez enquando, hoje acendi uma lamparina à Santa da sua devoção, Santa Rita.
Só se é mãe uma vez, de cada filho, eu fui duas.
Não é verdade que ser avó é ser mãe duas vezes, eu já sou bisavó e não me sinto três vezes mãe. São papeis muito diferentes, cada um valioso, à sua maneira.
O Mundo devia agradecer às mães a sua importantíssima contribuição para a sociedade e para o mundo dos afectos.
sábado, maio 03, 2008
O Saco
Escoaram-se os sonhos.
E é no arrastar dos dias
Que procuro a maneira de saber
A dimensão do saco e o destino dos mesmos
sexta-feira, maio 02, 2008
D & G
Eram ambas independentes, embora se pudesse dizer que inter dependiam pelos afectos.
Dormiam lado a lado, sempre, e a carícia que uma oferecia à outra, ao fim do dia, era como uma oração de bem estar.
O olhar falava mais do que as poucas palavras que trocavam.
G, a mais nova, nunca tivera um namorado e parecia que , com o andar do tempo, nenhuma delas sentia falta de quem poderia vir a ser um intruso.
Hoje estavam à janela, florida pelo Sol do fim de tarde, Dona & Gata...
quinta-feira, maio 01, 2008
Daqui a nada
colocarei aqui tudo aquilo que me der na real gana de escrevinhar.
Não vou exactamente passar a limpo coisa nenhuma, foi apenas uma maneira de dizer que vou virar a página, mudar, quem sabe, de estilo, muito embora não deixe de ser eu, simplesmente aquela que só quer estar em harmonia com as circunstâncias que a rodeiam.